Alfabeto Fonético na radiotelefonia
Na aviação, o Alfabeto Fonético é um sistema, com padronização de equivalentes fonéticos, que se atribui a cada letra do alfabeto. Os pilotos usam essa fraseologia para garantir uma comunicação clara e inequívoca nas transmissões de rádio.
Os exemplos incluem “Alpha” para A, “Bravo” para B, melhorando a precisão da comunicação em trocas de instruções críticas de tráfego aéreo. Pelo mesmo motivo, ambulâncias, viaturas, navios e amadores, usam a mesma fraseologia.
Alfabeto ICAO
Pilotos de avião, tripulação de embarcações, membros das Forças Armadas, forças policiais e todos que se envolvem na mesma comunicação usam esse alfabeto com padronização.
A ICAO (International Civil Aviation Organization) adotou este alfabeto fonético de modo a se evitar falha de entendimento ou confusão entre algumas letras.
Quando um piloto se comunica com o controle de tráfego aéreo, interferências estáticas muitas vezes levam à confusão com as letras do idioma em questão.
Alfabeto fonético universal
A ICAO desenvolveu o Alfabeto Ortográfico Internacional de Radiotelefonia para facilitar a comunicação por telefone ou rádio e evitar desvios de entendimento quando, porventura, partes de uma mensagem contendo letras e números são escritas por extenso, por exemplo.
Ele também é conhecido como Alfabeto Fonético da ICAO e Alfabeto da OTAN (com algumas modificações). Este alfabeto ortográfico universal é, antes de mais nada, um conjunto de palavras que usamos para esclarecer mensagens, independentemente do idioma.
É um alfabeto universal na medida que todo mundo entende, em qualquer parte do planeta, não importa o país.
Alfabeto fonético ICAO vigente
O alfabeto fonético da ICAO atribuiu as 26 palavras de código às 26 letras do alfabeto inglês, em ordem alfabética, assim:
Alfa, Bravo, Charlie, Delta, Echo, Foxtrot, Golf, Hotel, India, Juliett, Kilo, Lima, Mike, November, Oscar, Papa, Quebec, Romeu, Sierra, Tango, Uniform, Victor, Whisky, X-Ray, Yankee, Zulu.
Com palavras curtas e simples, o alfabeto fonético da ICAO reduz a chance de desvios de interpretação e aumenta a segurança operacional para tripulantes, bem como, de passageiros.
Como algumas letras soam, eventualmente, semelhantes (M e N ou G e J), por exemplo, isso pode gerar confusão entre duas pessoas que se comunicam com sotaques diferentes ou quando as linhas de comunicação são, inevitavelmente, deficientes.
O alfabeto fonético ajuda, ainda, a limitar esta possível confusão entre a cabine e a torre.
Confira AQUI uma matéria completa sobre o Alfabeto Fonético ICAO.
Como o alfabeto fonético trata a pronúncia dos números?
O alfabeto fonético da ICAO, além de atribuir códigos às letras, contempla, também os números. Semelhante às letras, o objetivo é evitar confusão com outros números sujeitos a ambiguidade. Portanto, alguns deles, que pronunciamos de forma diferente da pronúncia padrão do inglês, deixam de causar preocupação de uma possível interferência.
Isso inclui o número três, que devemos pronunciar como árvore (tri), cinco como fife e, ainda, o nove como niner. Considere um número de cauda de aeronave como M345N. No rádio, os operadores pronunciam como “mike, tree, four, fife, november,” respectivamente. A ICAO adoptou, a princípio, o seu alfabeto fonético há 70 anos.
Alfabeto Fonético de 1951
Em 1 de Novembro de 1951 lançou, um exemplar do alfabeto, como padrão universal para a comunicação de letras inglesas através de telefone ou rádio.
A insatisfação com o alfabeto fonético existente internacionalmente, cuja própria ICAO reconheceu, o submeteu à consideração de novos estudos. A ICAO elaborou, finalmente, o primeiro rascunho de uma proposta de alfabeto universal único.
Durante 1948 e 1949, entretanto, Jean-Paul Vinay, professor de linguística na Universidade de Montreal, no Canadá, colaborou com o setor linguístico da ICAO para desenvolver, posteriormente, um novo alfabeto ortográfico.
Os requisitos mínimos para as palavras eram, em última análise, ter grafia semelhante em inglês, francês e espanhol e serem palavras vivas em cada um desses idiomas.
Alfabeto Fonético de 1956
Após esses estudos e, em síntese, após consultas com especialistas em comunicação e comentários de todos os Estados Membros da ICAO, a Organização adotou, enfim, um novo alfabeto fonético da ICAO.
E, ainda, o incorporou no Anexo 10 de Telecomunicações Aeronáuticas para implementação na aviação civil. As palavras que representavam, respectivamente, as letras C, M, N, U e X, por exemplo, foram substituídas, e a Organização completou sua versão final em 1.º de março de 1956.
Esta é a versão que, até hoje, é usada em todo o mundo. Você, ainda, pode aprender mais sobre o desenvolvimento e implementação deste alfabeto no Museu da ICAO, que está situado na sede da ICAO em Montreal.
Leia AQUI nossa matéria sobre o Alfabeto Fonético Antigo.
Readback
É um procedimento pelo qual a estação receptora repete uma mensagem recebida ou uma parte apropriada dela de volta para a estação transmissora, de modo a obter a confirmação da recepção correta.
Também conhecido como cotejamento, é uma recomendação da ICAO, constante no Manual de Fraseologia, DOC 9432.
(clique para acessar este documento).
Na aviação, o readback refere-se à repetição de uma instrução ou autorização de controle de tráfego aéreo (ATC- Air Traffic Control) por um piloto para confirmar que recebeu e compreendeu corretamente as instruções que a torre fornecera.
Manual de Fraseologia ICAO
Esta prática é um componente crucial da comunicação eficaz entre pilotos e controladores de tráfego aéreo para garantir operações de voo precisas e seguras.
O Manual de Fraseologia da ICAO informa, veementemente, que as comunicações entre pilotos e torre devem ser: inequívocas, ou seja, sem ambiguidades, eficientes, claras e concisas.
Quando o ATC emite uma autorização ou instrução a um piloto, como uma mudança de altitude, rumo ou autorização para uma aproximação, o piloto é obrigado a repetir as informações.
Esta repetição serve como um processo de confirmação e verificação, permitindo ao controlador identificar imediatamente quaisquer mal-entendidos ou erros.
Comunicação bidirecional
O formato padrão para um readback normalmente envolve a repetição dos detalhes relevantes da instrução, incluindo a altitude atribuída, rumo ou qualquer outra informação pertinente.
Esta comunicação bidirecional ajuda a evitar interpretações erradas que podem, em última análise, levar a riscos potenciais à segurança. O processo de readback é um elemento fundamental dos protocolos de comunicação mais amplos na aviação, enfatizando a precisão e a clareza para garantir o fluxo suave e seguro do tráfego aéreo.
Exemplifica, portanto, o compromisso de manter um entendimento partilhado entre pilotos e controladores em todo o mundo, contribuindo para a segurança e eficiência globais das operações aéreas.
Qual a sua opinião sobre o Alfabeto Fonético?
Deixe aqui nos comentários se, em algum momento, você já ouviu alguém pronunciando essas letras e achou que era algum código secreto.
Sempre traremos postagens interessantes sobre aviação para você. Forte abraço!