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A imagem mostra o logotipo da Eviation. Trata-se de uma placa de tráfego amarela com as bordas pretas. Dentro da placa há a inscrição Eviation, sendo que o e é amarelo dentro de um quadrado preto e as demais letras são pretas

Aviação

A aviação abrange uma ampla gama de atividades relacionadas ao vôo e à indústria aeronáutica. Dentro deste domínio, encontramos um número incontável de aeronaves, incluindo aquelas de asa fixa e de asa rotativa, aeronaves com asas móveis, corpos de elevação sem asas e até embarcações mais leves que o ar, como balões de ar quente e dirigíveis.

Raízes da Aviação

A aviação possui raízes que remontam ao século XVIII, quando o balão de ar quente foi desenvolvido, marcando, pela primeira vez, a incursão da humanidade no deslocamento atmosférico através da flutuabilidade. No entanto, esta ciência realmente foi decolar com avanços significativos, com os voos planados controlados de Otto Lilienthal, em 1896. Um marco fundamental, no entanto, seguiu-se com a construção do primeiro avião motorizado pelos irmãos Wright no início do século XX. Esta invenção, literalmente, revolucionou a aviação e lançou as bases para a introdução da propulsão a jato, que transformou as viagens aéreas num importante meio de transporte global.

Etimologia da palavra aviação

O termo “aviação” tem origem na mente criativa do escritor francês, e ex-oficial da Marinha, Gabriel La Landelle, que cunhou a palavra pela primeira vez em 1863. A inspiração de La Landelle, contudo, o levou a moldar o termo a partir do verbo “avier” (um neologismo experimental que significa “voar”). Este verbo, por sua vez, teve suas raízes na palavra latina “avis”, que significa “pássaro,” à qual foi acrescentaram o sufixo “-ation.”

Origens primitivas

Ao longo da história, contos de voo humano agraciaram mitologias e culturas. Relatos lendários incluem nomes como Ícaro na mitologia grega, Jamshid e Shah Kay Kāvus, na tradição persa, e até mesmo as histórias intrigantes de engenhocas voadoras atribuídas a Arquitas de Tarentum (428-347 a.C.).

À medida que nos aprofundamos na história, encontramos exemplos um pouco mais críveis de voos humanos de curta distância. Os exemplos, com efeito, incluem os voos alados de Abbas ibn Firnas (810-887, posteriormente documentados no século XVII), as conquistas de Eilmer de Malmesbury (século XI, registadas no século XII) e, ainda, a inventiva Passarola de ar quente de Bartholomeu Lourenço de Gusmão (1685–1724).

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Passarola de ar quente de Bartholomeu Lourenço de Gusmão (1709). Museu Nacional Aeronáutico e do Espaço em Santiago do Chile.

Mais leve que o ar

Ma sequência, a era moderna da aviação decolou com o evento histórico da primeira viagem humana sem amarras, mais leve que o ar, em 21 de novembro de 1783. Esta viagem inaugural viu um balão de ar quente, cuja fabricação ficou a cargo dos engenhosos irmãos Montgolfier, que, por fim, subiu aos céus.

Os balões, embora fossem uma maravilha, tinham suas limitações, pois só podiam viajar na direção do vento. Rapidamente, portanto, se tornou evidente que a necessidade de um balão navegável, ou dirigível, era primordial. Em 1784, Jean-Pierre Blanchard alcançou este marco ao pilotar o primeiro dirigível movido a energia humana e, em 1785, escreveu a história ao cruzar o Canal da Mancha em um.

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Jean-Pierre Blanchard crossing English Channel, 1785. Fonte: Wikipedia.

Dirigíveis rígidos

Os dirigíveis rígidos, por sua vez, surgiram como vanguarda do transporte aéreo, permitindo, então, o transporte de passageiros e mercadorias por grandes distâncias. Entre estes, os dirigíveis fabricados pela renomada empresa alemã Zeppelin ganharam reconhecimento global.

O mais ilustre deles foi o Graf Zeppelin, que acumulou surpreendentes um milhão de milhas, culminando em um notável voo ao redor do mundo em agosto de 1929. No entanto, o domínio dos Zeppelins sobre os aviões daquela época, que ostentava o alcance de apenas algumas centenas de milhas, começou a diminuir com o avanço do campo do design de aeronaves.

Graf Zeppelin, 1928. Fonte Wikipedia.

A “Idade de Ouro” dos dirigíveis chegou ao fim em 6 de maio de 1937, quando um desastre atingiu o Hindenburg, resultando, por fim, na perda de 36 vidas. Inicialmente, o acidente foi atribuído à utilização de hidrogênio em vez de hélio como gás de elevação.

Zeppelin Hindenburg se incendiou ao tentar pousar em Lakehurst Borough, Nova Jersey, USA em 6 de maio de 1937. Fonte: Wikipedia.

A investigação subsequente do fabricante, no entanto, revelou que o material inflamável que cobre a estrutura fora o verdadeiro culpado, facilitando o acúmulo de eletricidade estática dentro do dirigível. Alterações na fórmula do revestimento foram, posteriormente, implementadas para mitigar tais riscos.

Apesar das tentativas esporádicas de reviver seu uso, os dirigíveis ficaram, literalmente, confinados a aplicações específicas, tão somente. É importante notar que houve, infelizmente, outros acidentes com dirigíveis mais fatais, como o incidente do R38 britânico em 23 de agosto de 1921. Porém, o desastre do Hindenburg teve um significado histórico como a primeira catástrofe desse tipo capturada em cinejornais.

Mais pesado que o ar

Em 1799, o engenheiro e inventor britânico, Sir George Cayley introduziu o conceito de avião moderno, imaginando-o, de fato, como uma aeronave de asa fixa com sistemas distintos de sustentação, propulsão e controle.

Cayley, na ocasião, estabeleceu a configuração moderna de um avião como uma máquina voadora de asa fixa com sistemas separados para sustentação, propulsão e controle, já em 1799 (ver máquina Silver Disc). Em 1804, ele voou o primeiro modelo de planador de sucesso do qual há registro.

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George Cayley glider, 1853. Foto: Yorkshire Air Museum

Otto Lilienthal, pioneiro alemão da aviação, tem a distinção de ser o primeiro indivíduo a executar voos bem documentados, repetidos e triunfantes utilizando planadores. Suas realizações notáveis transformaram a noção de voo “mais pesado que o ar” de um sonho em realidade.

Otto Lilienthal. O pai do voo

Jornais e revistas de sua época publicaram, na sequência, fotografias de Lilienthal planando graciosamente, exercendo uma influência favorável na opinião pública e nos círculos científicos em relação à viabilidade de máquinas voadoras práticas. Seu trabalho foi, portanto, fundamental na formação do conceito moderno de design de asas. Seus esforços de voo em Berlim, em 1891, são frequentemente aclamados como o início do voo humano.

Além disso, o “Lilienthal Normalsegelapparat” é reconhecido como o primeiro avião com produção em série, estabelecendo, assim, a Maschinenfabrik Otto Lilienthal, em Berlim, como a empresa pioneira na produção de aviões no mundo. Consequentemente, Lilienthal é comumente reconhecido como o “pai da aviação” ou o “pai do voo.”

O desenvolvimento dos primeiros dirigíveis testemunhou marcos como a propulsão mecânica introduzida por Henri Giffard, em 1852, a incorporação de estruturas rígidas por David Schwarz, em 1896, e avanços em velocidade e manobrabilidade iniciados por Alberto Santos-Dumont em 1901.

Quem é o dono do primeiro voo?

Os anais da história da aviação são marcados, em síntese, por inúmeras reivindicações ao título de primeiro voo motorizado e mais pesado que o ar. O primeiro voo motorizado documentado é atribuído a Clément Ader, que, em 9 de outubro de 1890, alcançou um marco significativo.

Sua aeronave de asa fixa com asas de morcego e totalmente autopropelida, conhecida como Ader Éole, fez história como o primeiro voo tripulado, motorizado e mais pesado que o ar, cobrindo uma distância de 50 metros (160 pés) a uma altitude modesta de terreno nivelado.

No entanto, só sete anos depois, em 14 de outubro de 1897, é que o Avion III de Ader passou por testes na frente de dois funcionários do Ministério da Guerra francês, embora sem sucesso. Os resultados do teste, no entanto, permaneceram em segredo militar até 1910. Em novembro de 1906, Ader afirmou ter conseguido um voo bem-sucedido em 14 de outubro de 1897, gabando-se de um “voo ininterrupto” abrangendo cerca de 300 metros (980 pés).

Orville e Wilbur Wright

Embora, inicialmente aceitas, essas alegações foram posteriormente desmentidas. Os irmãos Orville and Wilbur Wright alcançaram um marco histórico ao realizar o primeiro voo de avião com motor, com controle e com sustentação, em 17 de dezembro de 1903. Sua conquista foi possível graças à invenção revolucionária do controle de três eixos.

Posteriormente, numa mera década, à medida que a Primeira Guerra Mundial se aproximava, as aeronaves com propulsão a motor evoluíram para ferramentas práticas de reconhecimento, localização de artilharia e, até mesmo, de ataques terrestres. À medida que os projetos de aeronaves cresceram em tamanho e confiabilidade, eles passaram a servir no transporte de pessoas e cargas.

Notavelmente, em 14 de maio de 1908, os irmãos Wright alcançaram, ainda, outro feito pioneiro ao transportar seu primeiro passageiro, Charles Furnas, um de seus mecânicos.

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O primeiro passageiro aéreo da história. Charles Furnas, em Kill Devil Hills, North Carolina, USA. 14 de maio de 1908.

Evolução da Aviação

As décadas de 1920 e 1930 testemunharam, todavia, avanços significativos na aviação. Esta era viu eventos notáveis como o primeiro voo transatlântico de Alcock e Brown em 1919, o voo transatlântico solo de Charles Lindbergh em 1927, e o voo transpacífico de Charles Kingsford Smith, no ano seguinte.

Um projeto de destaque desse período, no entanto, foi o Douglas DC-3, que se tornou o primeiro avião comercial a gerar lucro transportando, exclusivamente, passageiros. Isso marcou o início do moderno serviço aéreo de passageiros. No início da Segunda Guerra Mundial, surgiram aeroportos em muitas vilas e cidades e um número substancial de pilotos qualificados estava, finalmente, disponível.

A guerra trouxe, aliás, inúmeras inovações na aviação, incluindo a introdução dos primeiros aviões a jato, além dos foguetes de combustível líquido. O pós-Segunda Guerra Mundial, especialmente na América do Norte, testemunhou um aumento na aviação geral. Milhares de pilotos, agora dispensados do serviço militar, encontraram uma abundância de aviões de guerra excedentes, a preços acessíveis, atendendo tanto à aviação privada como comercial.

Fabricantes como Cessna, Piper e Beechcraft expandiram, a partir de então, sua produção para atender à crescente demanda por aeronaves leves no mercado emergente de classe média.

Piper, Beechcraft e Cessna na aviação

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Douglas-DC-3, 1939.

A década de 1950 marcou o advento dos jatos civis, com o de Havilland Comet liderando o caminho. No entanto, foi o Boeing 707 que ganhou a distinção de ser o primeiro jato de passageiros amplamente utilizado. Isso se deveu, principalmente, à sua notável eficiência econômica em relação a outras aeronaves da sua época.

Simultaneamente, o surgimento da propulsão turboélice melhorou as capacidades dos aviões menores, facilitando, assim, o serviço em rotas de baixo volume, mesmo sob condições climáticas desafiadoras.

Boeing 707-320C no Aeroporto de Zürich, Alemanha (ZRH / LSZH), 1981.

Contudo, desde a década de 1960, a aviação testemunhou o advento de fuselagens de materiais compósitos e o desenvolvimento de motores mais silenciosos e eficientes. O Concorde trouxe, oportunamente, serviços supersônicos de passageiros por mais de duas décadas, embora as inovações mais duradouras tenham como destaque a instrumentação e o controle.

A eletrônica de estado sólido, o Sistema de Posicionamento Global (GPS), as comunicações por satélite, computadores e ecrãs LED, cada vez mais compactos e potentes, revolucionaram os cockpits de aviões comerciais e, na sequência, de aeronaves menores.

Esses avanços permitem, portanto, que os pilotos naveguem com precisão sem precedentes, oferecendo visualizações de terreno, obstáculos e aeronaves próximas por meio de visão sintética, mesmo em condições adversas ou durante voos noturnos com visibilidade limitada.

Exploração espacial de iniciativa privada

Em 21 de junho de 2004, um evento inovador aconteceu quando a SpaceShipOne alcançou a distinção de ser a primeira aeronave com financiamento privado a completar, com efeito, um voo espacial. Esse foi um sinal do potencial para um mercado de aviação emergente, capaz de se aventurar além da atmosfera da Terra.

Simultaneamente, o imperativo de enfrentar a crise climática, através da descarbonização da indústria da aviação, estimulou a investigação intensiva sobre fontes alternativas de combustível para aeronaves.

Etanol, eletricidade, hidrogênio e até energia solar tornaram-se objetos de exploração, com protótipos voando com frequência cada vez maior.

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Aviação Civil

A aviação civil abrange, praticamente, todas as atividades de aviação não militar, incluindo tanto a aviação geral como o transporte aéreo regular. Refere-se a empreendimentos de aviação privada e comercial.

Esta categoria de aviação é diversificada e inclui uma ampla gama de atividades e tipos de aeronaves. A aviação geral envolve frequentemente aeronaves menores e operações que diferem das da aviação comercial, em que as grandes companhias aéreas prestam serviços regulares de passageiros, com horários fixos e aeronaves, em sua maioria, maiores.

A aviação civil é regulamentada pelo RBAC – Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil, da ANAC. Em suma, temos aviação civil e aviação militar.

Aviação Geral

A aviação geral abrange toda a aviação civil não regular, atendendo tanto ao setor privado como ao comercial.

Esta categoria abrange diversas atividades, incluindo voos executivos, serviços de fretamento aéreo, aviação privada, treinamento de voo, bem como atividades recreativas. Balonismo, parapente, paraquedismo, voo livre e asa delta são cosideradas atividades recreativas.

Ainda são consideradas as atividades de fotografia aérea, asa-delta motorizada lançada a pé, operações de ambulância aérea, pulverização de colheitas, relatórios de tráfego, patrulhas aéreas policiais, combate a incêndios florestais e, por fim, os drones.

Aqui estão alguns segmentos da aviação geral:

1. Aviação Privada

Muitos indivíduos e organizações possuem e operam aeronaves privadas, ou particulares, para diversos fins, como transporte pessoal, viagens de negócios e voos recreativos. Essas aeronaves não fazem parte de serviços comerciais regulares e normalmente pertencem ou são operadas por indivíduos ou empresas privadas de fretamento.

A aviação privada oferece vantagens de conveniência, flexibilidade e soluções de viagem personalizadas, permitindo que os passageiros cheguem aos destinos de forma eficiente e em seus próprios termos. Seja para viagens executivas, lazer ou missões especializadas, a aviação privada oferece, antes de tudo, uma alternativa sob medida e muitas vezes mais eficiente em termos de tempo às viagens aéreas comerciais.

2. Fretamento aéreo

A aviação geral inclui, em suma, serviços de fretamento aéreo, em que passageiros ou carga podem ser transportados para destinos específicos sob demanda e com valor previamente acordado entre as partes.

3. Treinamento

Escolas de voo e instrutores de aviação geral oferecem, como exemplo, treinamento de pilotos, desde licenças de piloto privado até certificações avançadas.

4. Atividades aéreas

Atividades como balonismo, parapente, paraquedismo, voo livre, asa delta e asa delta motorizada fazem parte da aviação geral.

5. Fotografia na aviação

Aeronaves da aviação geral são frequentemente usadas para fotografia aérea e levantamento topográfico, ajudando setores como agricultura, imobiliário e cartografia. Nos últimos tempos, no entanto, temos visto o crescente uso de drones para tais atividades.

6. Missões especializadas da aviação

Aeronaves na aviação geral são usadas para diversas missões especializadas, por exemplo, como serviços de ambulância aérea, pulverização de colheitas, relatórios de tráfego, reportagem, patrulhas aéreas policiais e combate a incêndios florestais.

7. Voo recreativo

Aeronaves leves, incluindo ultraleves e aviões construídos em casa, são comumente usadas para fins recreativos, oferecendo aos entusiastas um meio de voo econômico, acessível e independente.

8. Fabricantes de Aviação Geral

Vários fabricantes produzem aeronaves, especificamente, para fins de aviação geral, atendendo a uma ampla gama de necessidades.

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Piper Cheyenne III. Regulado pelas regras da Aviação Geral.

Regulamentação da aviação

A aviação geral é regulamentada de forma diferente da aviação comercial, com regras e requisitos diversos consoante a operação seja privada ou comercial e, ainda, o tipo de equipamento envolvido.

Proporciona flexibilidade e acessibilidade, permitindo um amplo espectro de atividades de aviação, desde voos de lazer até serviços críticos, como operações de ambulância aérea e apoio agrícola, entre outros já citados.

Cada país mantém regulamentos distintos que regem a aviação, muitas vezes variando dependendo se se trata de aviação privada ou comercial e do tipo de equipamento que se usa.

Aviônica cada vez mais avançada

Notavelmente, os desenvolvimentos mais recentes em aeronaves pequenas, que constituem uma parte substancial da frota da aviação geral, giram em torno da integração de aviônica avançada, incluindo sistemas GPS e ILS.

Anteriormente, estes dispositivos eram associados principalmente a grandes aviões comerciais. Além disso, a adoção de materiais compósitos permitiu que pequenas aeronaves se tornassem mais leves e rápidas.

Aeronaves ultraleves e construídas em casa ganharam popularidade para uso recreativo, especialmente em países onde a aviação privada goza de menos regulamentações e custos mais baixos em comparação com aeronaves certificadas.

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Garmin GPS 155. O primeiro GPS para uso civil, 1994.

Aviação Comercial

A aviação comercial refere-se ao setor da aviação civil que envolve a operação de aeronaves com a finalidade de transporte de passageiros e cargas como serviço comercial. Isto inclui serviços aéreos regulares (com horários fixos) e outras atividades de viagens aéreas comerciais. A aviação comercial é distinta da aviação geral, que abrange uma gama mais ampla de atividades de aviação não regular e privada.

As principais características da aviação comercial incluem: 

1. Companhias aéreas

A aviação comercial está principalmente associada a companhias aéreas, que operam serviços regulares de passageiros em rotas estabelecidas. Essas companhias aéreas transportam passageiros entre várias cidades e países.

2. Transportadores de carga

A aviação comercial inclui, ainda, operadores de carga, que transportam exclusivamente mercadorias em aeronaves dedicadas a este fim. Essas empresas fornecem serviços logísticos essenciais para o comércio global.

3. Aeronaves de grande porte

A aviação comercial normalmente envolve aeronaves maiores projetadas para transportar um número significativo de passageiros ou um volume substancial de carga. Essas aeronaves estão sujeitas a rigorosos padrões regulatórios e de segurança.

4. Redes Hub-and-Spoke

Muitas companhias aéreas comerciais operam uma rede hub-and-spoke, onde os principais aeroportos (hubs) servem como pontos centrais de transferência para voos de conexão com aeroportos menores (spokes).

5. Segurança e regulamentações

Devido à operação em grande escala e ao elevado número de passageiros, a segurança e a supervisão regulatória são um aspecto crítico da aviação comercial.

6. Operações internacionais

A aviação comercial geralmente inclui rotas internacionais, permitindo que os viajantes se conectem com destinos em todo o mundo.

A aviação comercial tem desempenhado um papel fundamental em tornar as viagens aéreas acessíveis a pessoas em todo o mundo. Contribuiu significativamente para o desenvolvimento econômico, o turismo e a conectividade global.

Órgãos reguladores, como a FAA nos Estados Unidos e a Agência de Segurança da Aviação da União Europeia (EASA) e a ANAC no Brasil, supervisionam e fazem cumprir os padrões operacionais e de segurança na aviação comercial.

Principais fabricantes da aviação

As principais aeronaves de transporte civil são fabricadas por cinco empresas proeminentes:

– Airbus, com sede na Europa (Alemanha e França)

– Boeing, com sede nos Estados Unidos

– Bombardier, com sede no Canadá

– Embraer, com sede no Brasil

– United Aircraft Corporation, com sede na Rússia

Boeing, Airbus, Ilyushin e Tupolev concentram-se principalmente na produção de aviões a jato de fuselagem larga e estreita. Por outro lado, Bombardier, Embraer e Sukhoi concentram-se em aviões regionais. Estes fabricantes beneficiam de extensas redes de fornecedores de peças especializadas de vários cantos do mundo.

Em alguns casos, os fabricantes cuidam apenas do projeto inicial e da montagem final em suas próprias instalações. Além disso, o consórcio chinês ACAC marcou recentemente a sua presença no mercado de transporte civil com a introdução do jato regional Comac ARJ21.

Mercado aberto a empreendedores

Tradicionalmente, antes da década de 1970, a maioria das grandes companhias aéreas operavam como transportadoras nacionais, se beneficiando de patrocínio governamental e de proteção substancial contra a concorrência.

No entanto, o cenário transformou-se desde então, com acordos de céu aberto promovendo o aumento da concorrência e das escolhas para os passageiros, acompanhados pela queda das tarifas aéreas.

Uma combinação de fatores, incluindo o aumento dos preços dos combustíveis, as tarifas baixas, os elevados custos laborais e crises como os ataques de 11 de Setembro de 2001 e a pandemia da SARS entre 2002 e 2004, levaram a dificuldades financeiras, resgates governamentais, falências e fusões para muitas companhias aéreas há muito estabelecidas.

Ao mesmo tempo, companhias aéreas de baixo custo como Ryanair, Southwest e WestJet prosperaram.

aviação de carga
Boeing 777 Freighter. Um avião cargueiro regulado pelas regas da aviação regular.

Aviação Militar

A aviação militar abrange o uso de aeronaves para fins definidos pelas forças armadas de um país. Este ramo da aviação desempenha diversas funções na infraestrutura de defesa de uma nação, incluindo combate, reconhecimento, transporte e operações estratégicas.

A aviação militar tem uma história rica, começando com balões simples sendo empregados como aeronaves de vigilância já no século XVIII. Com o tempo, as aeronaves militares foram continuamente desenvolvidas para atender aos requisitos de capacidade cada vez mais exigentes, principalmente em tempos de guerra.

Os fabricantes do setor militar competem ativamente por contratos para fornecer o arsenal do seu governo ou para outros países. A seleção da aeronave é influenciada por vários fatores, incluindo custo, desempenho e rapidez de produção.

Diversas funções na aviação militar

1. Aeronave de caça

Estas aeronaves são projetadas principalmente com a finalidade de atacar e destruir outras aeronaves. Os exemplos incluem o F-35, Eurofighter Typhoon, F-15, MiG-29, Su-27 e F-22.

2. Aeronave de ataque ao solo

Implantadas contra alvos táticos baseados em solo, essas aeronaves desempenham um papel vital. Alguns exemplos notáveis incluem o Panavia Tornado, A-10, Il-2, J-22 Orao, AH-64 e Su-25.

3. Bombardeiros

Essas aeronaves normalmente têm a tarefa de atingir objetivos mais estratégicos, como fábricas e campos de petróleo. Exemplos proeminentes incluem o B-2, Tu-95, Mirage IV e B-52.

4. Aeronave de transporte

Utilizadas para transporte de equipamentos, combustível e pessoal, as aeronaves de transporte são indispensáveis em operações militares. Alguns exemplos importantes incluem o C-17 Globemaster III, o Embraer C-390 Millennium, o C-130 Hercules e o Aibus A400M Atlas.

5. Aeronave de vigilância e reconhecimento

Essas aeronaves são fundamentais na coleta de informações críticas sobre as forças inimigas. Aeronaves notáveis nesta categoria incluem o RC-135, E-8, U-2, OH-58, MiG-25R e o E-99M da Embraer.

6. Veículos Aéreos Não Tripulados (UAVs)

Servindo principalmente como aeronaves de reconhecimento de asa fixa, os UAVs tornaram-se uma parte proeminente das operações militares. Muitos deles também estão equipados para transportar cargas úteis. Os exemplos incluem MQ-9, RQ-4 e MQ-1C Gray Eagle. Além disso, há desenvolvimentos contínuos em aeronaves de carga neste setor.

7. Mísseis

São fundamentais no lançamento de ogivas, normalmente de natureza explosiva, para alvos específicos.

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Lockheed Martin F-22 Raptor em treinamento. Aeronave de uso estritamente militar.

Garantindo a Segurança Aérea e a Soberania

Segurança da aviação refere-se ao estado de um sistema ou organização de aviação no qual os riscos associados às atividades de aviação são metodicamente reduzidos e controlados a um nível aceitável.

Isto abrange a teoria, a prática, a investigação e a categorização de falhas de voo, bem como a prevenção de tais falhas através de regulamentação, educação e formação. Estende-se a campanhas de sensibilização pública que enfatizam a segurança das viagens aéreas.

Acidentes e incidentes de aviação

Estes são um aspecto crítico da segurança da aviação. Um acidente de aviação é definido com precisão pelo Anexo 13 da Convenção sobre Aviação Civil Internacional. Refere-se a uma ocorrência associada à operação de uma aeronave que ocorre desde o momento em que qualquer pessoa embarca na aeronave com a intenção de voar até todas essas pessoas desembarcarem.

Tal ocorrência é categorizada como acidente de aviação quando resulta em ferimentos graves ou fatais para uma pessoa, danos significativos à aeronave ou falha estrutural, ou quando a aeronave desaparece ou se torna completamente inacessível. Quando um acidente de aviação causa danos à aeronave a ponto de ela precisar ser amortizada ou a aeronave ser completamente destruída, isso é denominado “acidente com perda de casco”.

O primeiro acidente da aviação

O primeiro acidente fatal da aviação ocorreu em uma aeronave Wright Modelo A em Fort Myer, Virgínia, EUA, em 17 de setembro de 1908. Resultou no ferimento do piloto, Orville Wright, e tragicamente ceifou a vida do tenente do Signal Corps, Thomas Selfridge. 

O pior acidente aéreo da história ocorreu durante o desastre do aeroporto de Tenerife, em 27 de março de 1977, resultando na trágica perda de 583 vidas. Este incidente envolveu uma colisão na pista entre dois jatos jumbo Boeing 747, operados pela Pan Am e KLM, no que hoje é conhecido como Aeroporto de Tenerife Norte.

Em contrapartida, um incidente de aviação é uma classificação diferente, referindo-se a uma ocorrência ligada à operação de aeronaves que, embora não seja um acidente, tem o potencial de impactar a segurança operacional.

Controle de Tráfego Aéreo (ATC)

segurança na aviação
Controle de Tráfego Aéreo. Foto: fab.mil.br

O Controle de Tráfego Aéreo (ATC: Air Traffic Control) desempenha um papel fundamental na segurança da aviação. Envolve a comunicação com as aeronaves para garantir uma operação segura, evitando qualquer risco de colisão. O pessoal do ATC pode coordenar os relatórios de posição dos pilotos. Em regiões de alto tráfego, como os Estados Unidos, eles empregam radar para monitorar as posições das aeronaves.

O ATC abrange vários tipos, incluindo:

  1. Controladores Centrais: Eles gerenciam aeronaves que viajam entre aeroportos.
  2. Torres de controle: Incluem torre, controle de solo, entrega de liberação e outros serviços, supervisionando aeronaves dentro de uma distância limitada de um aeroporto (normalmente cerca de 10 a 15 km na horizontal e 1.000 m na vertical).
  3. Controladores Oceânicos: Eles controlam aeronaves que voam sobre águas internacionais entre continentes, muitas vezes sem serviço de radar.
  4. Controladores de Terminal: Responsáveis por uma área mais ampla (normalmente de 50 a 80 km) ao redor de aeroportos movimentados.

O ATC é particularmente vital para aeronaves que operam sob Regras de Voo por Instrumentos (IFR) quando as condições meteorológicas restringem a visibilidade do piloto. No entanto, mesmo em áreas de tráfego intenso perto dos principais aeroportos, as aeronaves que operam sob Regras de Voo Visual (VFR) são orientadas pelo ATC.

Foto: Coronel Aviador Bertolino (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Além de garantir a separação espacial das aeronaves entre si, o ATC fornece serviços essenciais, incluindo avisos meteorológicos, separação de terreno, assistência à navegação e muito mais, dependendo da carga de trabalho e das circunstâncias.

Regras de voo visual (VFR)

É importante observar que nem todos os voos estão sob controle do ATC. A maioria dos voos com Regras de Voo Visual (VFR) na América do Norte não são obrigados a entrar em contato com o ATC, a menos que estejam passando por áreas terminais movimentadas ou utilizando aeroportos importantes.

Em certas regiões, como o norte do Canadá e as altitudes mais baixas no norte da Escócia, os serviços ATC podem não estar disponíveis mesmo para voos IFR em altitudes mais baixas.

O controle de tráfego aéreo no Brasil abrange uma vasta área geográfica e é uma parte fundamental da gestão e segurança do espaço aéreo nacional. O órgão responsável por essa atividade é o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), uma organização subordinada à Força Aérea Brasileira (FAB).

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Sargento Raquel Vargas. Fonte: Agência Força Aérea

DECEA

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo é encarregado de controlar o espaço aéreo brasileiro, que é um dos maiores do mundo, devido às dimensões territoriais do país. A abrangência do controle de tráfego aéreo no Brasil se estende desde os centros de controle de área, que monitoram e gerenciam o espaço aéreo de grandes regiões, até os centros de controle de aproximação, que cuidam das aeronaves que se aproximam e partem dos aeroportos.

Além disso, o Brasil possui uma extensa rede de torres de controle de tráfego aéreo em aeroportos, responsáveis por coordenar as operações nas proximidades desses locais. Essas torres desempenham um papel crucial na garantia da segurança das operações de pousos e decolagens.

O controle de tráfego aéreo no Brasil é, também, fundamental para o setor de aviação civil, que está em constante crescimento no país. Ele ajuda a evitar colisões entre aeronaves, gerencia o tráfego nos aeroportos e contribui para a eficiência e segurança das operações aéreas.

Além disso, o Brasil é uma nação com vastas extensões de selva amazônica, e o controle de tráfego aéreo desempenha um papel crucial no monitoramento e combate a atividades ilegais, como o tráfico de drogas e a exploração ilegal de recursos naturais.

Rogério Brandão
Rogério Brandão
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