fbpx
A imagem mostra o logotipo da Eviation. Trata-se de uma placa de tráfego amarela com as bordas pretas. Dentro da placa há a inscrição Eviation, sendo que o e é amarelo dentro de um quadrado preto e as demais letras são pretas

Rota Aérea do Atlântico Norte

A rota aérea do Atlântico Norte, entre Estados Unidos e Europa é a rota aérea mais movimentada do mundo. Isso requer uma operação precisa e eficiente entre os países participantes do NAT-OTS: North Atlantic Organized Track System.

NAT-OTS

Antes de tudo, nos meses de verão do hemisfério norte, em média 1.500 voos diários atravessam a rota aérea do Atlântico Norte, mais precisamente, dos Estados Unidos em direção à Europa. É quase como uma rodovia na hora do rush. Esses aviões estão, com efeito, separados por apenas 64 quilômetros de distância e 40 quilômetros lateralmente. Verticalmente, eles voam a até 300 metros um do outro. Mas por que todos esses aviões seguem uma rota específica quando, de fato, têm o céu inteiro, quando essa rota está se tornando cada vez mais perigosa?

Sistemas Terrestres

No entanto, para que os voos aconteçam de forma segura e harmônica, uma série de medidas precisas de planejamento deve ser tomada em conjunto.
Cruzar a rota aérea do Atlântico Norte não é tarefa fácil e isso se deve principalmente à falta de radar, toda a comunicação do radar de tráfego aéreo é feita por meio de sistemas terrestres; portanto, quando um avião viaja pelo oceano, a comunicação do radar é limitada, de modo que os aviões precisam seguir, desse modo, um conjunto estruturado de rotas chamado North Atlantic Organized Track System.

A imagem mostra uma ilustração com as distâncias seguras mantidas entre as aeronaves, na rota aérea do atlântico norte. São sessenta e quatro quilômetros que separam o avião da frente do de trás. Quarenta quilômetros lateralmente e trezentos metros verticalmente

O Sistema de Trilha Organizada do Atlântico Norte (NAT-OTS) é um conjunto de rotas estabelecidas usadas por aeronaves para voos transatlânticos entre a América do Norte e a Europa. Estas pistas, inicialmente, foram projetadas para otimizar o fluxo do tráfego aéreo, garantindo viagens seguras e eficientes através do Oceano Atlântico Norte. O NAT-OTS é particularmente relevante para voos entre os Estados Unidos e a Europa.

A imagem mostra uma ilustração com a rota não linear por onde os aviões voam quando saem dos Estados Unidos em direção à Europa

Principais recursos do Sistema de Trilha Organizada do Atlântico Norte

1. Rota Aérea do Atlântico Norte – Dinâmica

As trilhas dentro do NAT-OTS não são fixas; elas são dinâmicas e variam a cada dia. As rotas são estabelecidas com base em fatores como padrões climáticos, condições de vento e fluxo geral do tráfego aéreo. Esta natureza dinâmica permite, por fim, a utilização mais eficiente do espaço aéreo e aproveita os padrões de vento favoráveis, reduzindo, assim, o consumo de combustível e o tempo de viagem.

2. Direção da viagem na rota aérea

Os trilhos geralmente facilitam viagens no sentido leste e oeste através do Atlântico Norte. Os trilhos no sentido leste são usados para voos da América do Norte para a Europa, enquanto os trilhos no sentido oeste, por sua vez, são usados para voos de retorno. A direção é crucial para otimizar rotas e obter eficiência de combustível.

3. Técnica de Número Mach para o Atlântico Norte

Para manter uma separação segura entre aeronaves voando na mesma rota, o NAT-OTS utiliza a Técnica de Número Mach. As aeronaves que voam na mesma direção recebem números Mach específicos (velocidade real em termos da velocidade do som) para manter, sobretudo, uma distância segura umas das outras.

A imagem mostra uma ilustração do mach number technique com três aviões voando à mesma velocidade de mach zero oito, usada na rota aérea do atlântico norte

4. Procedimentos Estratégicos de Deslocamento Lateral (SLOP)

SLOP – Strategic Lateral Offset Procedures é uma técnica usada no NAT-OTS para aumentar a segurança. As aeronaves que voam ao longo dessas trajetórias podem, dessa forma, se deslocar lateralmente da linha central da trajetória para aumentar a separação de outras aeronaves. Este deslocamento lateral ajuda a reduzir o risco, de encontros com turbulência, acima de tudo.

5. Comunicação e Navegação Rota Aérea do Atlântico Norte

As aeronaves que operam dentro do NAT-OTS devem cumprir, antes de tudo, os requisitos específicos de comunicação e navegação. Isto inclui o uso de rádio de alta frequência (HF) para comunicação em áreas oceânicas remotas onde a comunicação VHF (Very High Frequency) não é possível.

6. Pontos de entrada e saída da Rota Aérea do Atlântico Norte

O NAT-OTS designou pontos de entrada e saída ao longo da costa norte-americana e europeia. Esses pontos, assim, ajudam a gerenciar o fluxo de tráfego aéreo que entra e sai do sistema de trilhos organizado.

A imagem mostra um piloto operando equipamentos de rádio e navegação no painel de um avião

Colaboração Internacional na Rota Aérea do Atlântico Norte

O NAT-OTS é um esforço colaborativo que envolve agências de controle de tráfego aéreo, incluindo a NAV CANADA, a Administração Federal de Aviação (FAA) e o Serviço Nacional de Tráfego Aéreo do Reino Unido (NATS), entre outros.
A coordenação garante a passagem segura e eficiente de um grande número de voos transatlânticos diários. Pilotos e controladores de tráfego aéreo trabalham, reciprocamente, em conjunto para aderir aos procedimentos estabelecidos e otimizar a utilização da rota aérea na região do Atlântico Norte.

O Sistema de Trilha Organizada do Atlântico Norte (NAT-OTS) envolve a coordenação entre vários centros e agências de controle de tráfego aéreo. Estes centros, por sua vez, desempenham um papel crucial no planeamento e gestão daquele tráfego aéreo.

Principais centros de planejamento de tráfego NAT-OTS

1. Controle Oceânico de Shanwick

Localizado em Prestwick na Escócia, é responsável por grande parte do espaço aéreo do Atlântico Norte, incluindo os setores oceânicos ao largo da costa oeste da Irlanda e do Reino Unido. Fornece serviços de controle de tráfego aéreo para voos no sentido leste e oeste.

2. Gander Controle Oceânico

Localizado em Gander, Terra Nova, Canadá, gerencia o espaço aéreo sobre o Atlântico Norte, cobrindo, principalmente, os setores oceânicos da costa leste do Canadá. Gander é um centro importante para voos que viajam entre a América do Norte e a Europa.

3. ARTCC de Nova York (Area Control Center) para o Atlântico Norte

Localizado em Ronkonkoma, Nova York, EUA, este centro de controle é responsável, principalmente, pela coordenação do tráfego na parte ocidental do Atlântico Norte, prestando serviços para voos com partida ou chegada ao nordeste dos Estados Unidos.

A imagem mostra uma ilustração com os centros de controle aéreo responsáveis pelas rotas do Atlântico Norte, com suas torres nas respectivas cidades

4. Montreal Area Control Center

Localizado em Montreal, Quebec, Canadá, o ACC de Montreal coordena o tráfego aéreo sobre o Atlântico Norte, particularmente nos setores do norte. Está envolvida na gestão do espaço aéreo para voos transatlânticos.

5. Bodo Oceanic FIR (Flight Information Region)

Localizado em Bodo, Noruega. Cobre, principalmente, a parte mais setentrional do Atlântico Norte, prestando serviços para voos que transitam entre a Europa e a América do Norte.

6. CTA de Reykjavik (Control Area) dedicado à Rota Aérea do Atlântico Norte

Localização: Reykjavik na Islândia, este CTA administra, a princípio, o espaço aéreo sobre o Atlântico Norte a noroeste do Reino Unido. Presta serviços para voos que cruzam o Atlântico Norte entre a Europa e a América do Norte.

Esses centros trabalham de forma colaborativa para planejar e organizar o fluxo de tráfego aéreo, estabelecer as rotas diárias organizadas do Atlântico Norte (NAT-OTS) e garantir a passagem segura e eficiente dos voos.
A natureza dinâmica das pistas, influenciada por fatores como os padrões meteorológicos e os ventos, exige uma coordenação contínua entre estes centros de planeamento de tráfego para optimizar as rotas e manter um elevado nível de segurança no espaço aéreo do Atlântico Norte.
Clique aqui para saber mas sobre a NAT-OTS.

A imagem mostra operadores em um centro de controle de tráfego aéreo observando visualmente a movimentação dos aviões

Por que os aviões vão pela Rota Aérea do Atlântico Norte?

Wasaburo Oishi e o Jet Stream

Entre 1923 e 1025, o meteorologista japonês Wasaburo Oishi constatou, em mais de 1.300 observações, que havia a predominância de ventos de alto fluxo a uma altitude entre 9 e 16 quilômetros em certas regiões. Tais ventos podem chegar a 320 quilômetros por hora no inverno e a 160 quilômetros por hora no verão. Este fenômeno se chama Jet Stream e flui como um rio no céu, com correntes de direções previsíveis.

Economia de combustível

 Os pilotos, desde 1952, adotam a rota mais favorável no que diz respeito a economia de combustível e ainda evitam possíveis turbulências. Os aviões aproveitam o fluxo em seu benefício de maneira precisa e eficiente. O problema é que tais fluxos mudam continuamente sua dinâmica em função de fatores como temperatura e posição do sol. Isso obriga os controladores e pilotos a sempre atualizarem seus planos de voo para a melhor performance. Embora seja esta uma das atribuições típicas dos controladores e pilotos.

A imagem mostra uma arte gráfica com as velocidades dos ventos do jet stream que vão de 161 quilômetros por hora à trezentos e vinte quilômetros por hora

Existem dois ingredientes cruciais para a formação de um Jet Stream. Um deles é a rotação da Terra e o outro é a diferença de temperatura norte-sul entre as regiões tropicais muito quentes e as regiões polares muito frias.
Você pode pensar que os ventos simplesmente sopram na direção norte-sul, de quente para frio e, de fato, é isso que tende a acontecer. Mas não. Há algo chamado “Força de Coriolis.” Esse fenômeno vem da rotação da Terra e desvia aquele movimento natural norte-sul para um movimento leste-oeste e é isso que dá origem ao Jet Stream.

Turbulência de céu claro

Muito embora o Jet Stream favoreça um voo confortável, pode haver turbulência de céu claro (CAT – Clear Air Turbulence), principalmente na rota aérea do Atlântico Norte. Associado às correntes de vento dos níveis superiores está um fenômeno conhecido como turbulência de ar claro, causado pelo cisalhamento vertical e horizontal do vento conectado ao gradiente do vento na borda das correntes de jato. O CAT é mais forte no lado de cisalhamento anticiclônico do Jet Stream. Em outras palavras, se trata do fenômeno conhecido como Windshear, mais comum em baixas altitudes, mas que também ocorre na altitude de cruzeiro dos voos intercontinentais.

A imagem mostra o caminho percorrido pelo jet stream na rota aérea do atlântico norte

E você? Já sobrevoou a rota aérea do Atlântico Norte?
Nos conte como foi a experiência nos comentários abaixo.
Se você curte observar os aviões, leia nossa matéria sobre Plane Spotting.

Rogério Brandão
Rogério Brandão
Artigos: 31

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *